Arquivos de dezembro, 2017

27, dezembro 2017 11:19
Por admin

Ao povo brasileiro

Eu sou Arnaldo Mourthé, um cidadão brasileiro, como cada um de vocês. Venho a público para dizer da minha indignação com tudo que esse governo, um governo das trevas, vem fazendo conosco, povo brasileiro, e com a nossa Pátria, o Brasil.

Todas suas ações têm sido para quebrar a nossa vontade de cidadãos, com o objetivo de facilitar a realização de um projeto que nada tem a ver com o Brasil e seu povo. O projeto deles é demolir nosso Estado, nossas Instituições, e quebrar nossa vontade, nossa dignidade. Você, meu concidadão, pode perguntar: para que?

Para entregar nosso destino a um pequeno grupo de egoístas genocidas, que querem nos transformar em uma colônia. Passaríamos a trabalhar para produzir o que lhes interessa, para que eles lucrem nas suas transações com o mercado mundial.

Para isso, eles estão destruindo o Estado brasileiro e seus serviços públicos, e retirando de nós direitos, que garantem a nossa sobrevivência e a nossa condição de cidadãos, aqueles que têm direitos e deveres. Querem nos transformar em servos, talvez em escravos. Escravos que nada lhe custam e, portanto, descartáveis.

A nova “Lei” trabalhista deles, nem é Lei, porque se submete ao “acordo” com o patrão, que coloca o trabalhador submisso à sua vontade, aos seus interesses. A “Lei” que querem para a Previdência Social promete uma aposentaria para uns poucos sobreviventes, porque a maioria terá morrido antes da idade mínima para usufruir dela.

Estão também vendendo o patrimônio nacional e concedendo todo o serviço público à exploração privada. Se deixarmos, vão destruir nosso país. Não teremos um país para deixar aos nossos descendentes. O que eles pensam que nós somos? Cordeiros? Idiotas? Covardes? Estão enganados. Eles são soberbos. Pensam que podem tudo. Mas nós temos nossa dignidade. Esquecem que temos uma Pátria, que devemos defender e que foi constituída para nos defender. Somos cidadãos. O poder é nosso, do cidadão. O governo que aí está é impostor. Não foi eleito pelo povo e não tem votos.

Eles querem fazer a reforma da Previdência Social e destruir o Brasil e nossa Sociedade, nossa Comunidade. Mas nós, queremos que eles saiam! Se não for por bem, que o façamos através das ruas, pacificamente, com a pressão da nossa vontade. Mobilizemo-nos. Não deixemos que eles destruam nossa Pátria e nos escravizem.

Não quero nada para mim. Tenho 81 anos bem vividos, com muitas lutas em defesa do Brasil e do povo brasileiro. Mas tenho a obrigação de defender meus descendentes e os de todo o nosso povo.

Não à reforma da Previdência! Fora o governo Temer!

Rio de Janeiro, 17/12/2017

19, dezembro 2017 11:40
Por admin

Mensagem da Editora Mourthé

Confraternização natalina

 

Chegamos ao final de um ano pleno de desilusões, de insegurança e de incertezas. Mesmo assim, nos preparamos com otimismo para a confraternização, com nossas famílias e outros entes queridos, nos festejos do Natal e do Ano Novo. Este é um período cheio de significados, quando, nós cristãos, comemoramos o nascimento de Jesus e outras correntes de fé reverenciam seus Orixás, em especial Iemanjá, Iansã e Oxum. A rainha das águas e dos mares, a deusa dos ventos e das tempestades, e a rainha das águas doces, das cachoeiras e dona do ouro. Todas elas guerreiras do bem, como nosso povo brasileiro.

Tanto os cristãos quantos os espiritualistas de origem africana e outros, estão todos focados nos mesmos valores. A vida, o amor, a paz, a fraternidade, estão no pensamento de todos. Os cristãos, através de seus presépios, ressaltam a família como o fundamento da humanidade, a origem de todos nós, advindos de uma Sagrada Família. Os Orixás guardam o equilíbrio da Natureza e da Vida, tão ameaçadas nos nossos dias.

Esse é, para todos nós, um momento de respeito mútuo e do perdão, que criam um ambiente de Paz e Fraternidade, fundamental para superarmos as vicissitudes e incertezas que a todos envolvem.

A todos um Feliz Natal e um Ano Novo de Paz e Fraternidade.

15, dezembro 2017 2:21
Por admin

A questão do poder

Por Arnaldo Mourthé

Nossas vidas estão condicionadas à natureza do poder que nos rege.  Desde criança esse poder é exercido sobre nós por nossos pais e os outros membros da família, nossos primeiros contatos com esse mundo. Esse é um poder legítimo, necessário à nossa segurança para que possamos sobreviver, crescer e aprender o que é preciso para continuar com a existência humana, em harmonia com nosso meio social e nosso habitat. Entretanto, o fato dele ser legítimo não obriga que ele seja justo, ou mais adequado para nossa evolução. Somos ensinados a fazer, quase sempre da forma mais honesta, aquilo que nossos pais ou parentes mais velhos consideram o mais correto. Eles querem que façamos aquilo que a sociedade de nossa época considera correto para, assim, termos uma existência mais tranquila e feliz. Isso permitiria nossa realização pessoal, convivendo e trabalhando como os outros ou, se formos criativos, melhor que eles.

Esse quadro de conhecimentos que nos acolhe para que sejamos um ser sociável, chama-se cultura. Cada povo tem sua cultura, que o caracteriza. Nas grandes nações, há etnias ancestrais que formam uma diversidade cultural. No Brasil, um país de migrantes, além das etnias nativas, impõem-se formações sociais regionais diferenciadas por miscigenação, atividade econômica e relações de trabalhos, em um quadro diversificado por migrações várias. Mas há sempre uma cultura dominante em uma Nação. Ela dá uma forma e uma natureza à sua sociedade.

Ao longo da história há uma evolução natural de cada cultura, com o aumento de seu conhecimento e de seus relacionamentos com outros povos. Às vezes isso si dá por saltos: um surto extraordinário de progresso ou uma revolução. Numa e outra situação há uma alteração acentuada na cultura, que pode ser avaliada como evolução ou como regressão. A história está cheia desses exemplos, que os historiadores registram, mas nem sempre com o mesmo enfoque. O que para um pode ser evolução, para outro pode ser regressão. Fica aqui esse registro, porque a história é construída e interpretada de várias maneiras. Sobre essa questão formam-se opiniões, teorias, ideologias.

Mas esse embate não é parecido com a evolução da Natureza, que obedece a leis precisas, enquanto está submetida a condições cósmicas, pois nosso Planeta não está só no Universo. As transformações na Natureza, como a evolução das espécies e os fenômenos naturais, que eventualmente são catastróficos, são consequências de suas leis generosas, que criam e velam pela vida, mas também implacáveis, porque incorruptíveis.

A história da humanidade foi construída pela evolução natural, consubstanciadas na aquisição de conhecimentos e na produtividade do trabalho, assim como pelos conflitos de interesses entre indivíduos e comunidades, que evoluíram construindo organizações sociais cada vez mais complexas. Nesse processo chegamos às civilizações, marcadas por conflitos de toda ordem, por territórios, riquezas diversas e a impulsão para a dominação do mais fraco. Sempre com o uso da força, camuflada pelo racionalismo, que justifica a ideologia.

A ideologia é a racionalização dos interesses de um grupo social. Quanto mais estruturada for a sociedade, em castas ou classes sociais, maior o peso da ideologia no comportamento de seus membros. Em resposta a uma ideologia dominante, surgem outras ideologias, que podemos dizer defensivas, de setores da sociedade menos agraciados pelos valores que ela considera como principais. Dessa forma, ao longo da história, várias formas de conflitos de interesses desenvolveram ideologias diferenciadas, cada uma delas defendendo interesse de castas, classes e corporações. Em tempos antigos, visava-se a posse da terra, as chefias de natureza diversa, o controle do conhecimento e das religiões. Na nossa modernidade, na era da indústria e do conhecimento tecnológico, a questão principal é a posse da riqueza, representada por direitos de propriedade, pelo lucro nas atividades produtivas e, mais recentemente, no rendimento do dinheiro, através da produção ou independente dela. Essa última condição é hegemônica quando se trata do poder que hoje impera no mundo.

Nós estamos vivendo um processo de disputa de poder catastrófico, com a tentativa dos detentores do dinheiro de dominar sistematicamente a sociedade humana. Nesse processo estão sendo demolidas, ou se pretende demolir, todas as conquistas da humanidade, no que diz respeito a direitos das pessoas. Sejam os direitos inatos, como a liberdade e a igualdade, essência das pessoas e das nações, como os civis e os sociais, que definem nos nossos dias o sistema republicano. Mas, de que vale esse poder? Nossa civilização, capitalista industrial, conseguiu um grande progresso material, obtido através da espoliação dos trabalhadores, das nações e das conquistas científicas. Mas não foi a burguesia capitalista que criou e desenvolveu a ciência. Ela simplesmente se apropriou das conquistas científicas para aumentar sua dominação sobre as pessoas e as nações.

A burguesia capitalista, de fato, incentivou a criação de tecnologias através de investimentos e financiamentos. Mas ela também conduziu esse processo com o objetivo de obter mais lucros e não de satisfazer as necessidades humanas. O grande motor desse desenvolvimento não foi o de melhorar as condições de vidas das pessoas, ou minimamente garantir sua preservação. Pelo contrário, ele foi a destruição, especialmente através da guerra, que vitimou centenas de milhões de pessoas, entre mortos, feridos e refugiados. A ciência foi criada para o desenvolvimento do homem. Mas sua utilização ganhou outro sentido.  Tornou-se instrumento de manipulação de pessoas e de nações, tornando-as dependentes e impondo-lhes condições sociais deprimentes.

Esse poder está com seus dias contados com a Nova Era da 4ª Vibração. Nela o poder será de outra natureza. Como no uso das forças da Natureza, que só pode ocorrer com nosso conhecimento, empírico ou científico, nas novas condições vibracionais da Terra, o poder de natureza social só poderá ser exercido pelo conhecimento das Leis Espirituais. Ele se exercerá apenas através dos pensamentos, palavras e ações que sejam perfeitamente sintonizadas com elas. Não haverá lugar para o egoísmo, a mentira, o desrespeito à pessoa ou à Natureza. Da mesma forma que a Natureza pune aqueles que desrespeitam suas Leis, as Leis Espirituais punirão aquele que as infringir. É aplicada a Lei do Retorno, semelhante à terceira lei de Newton que diz: toda força (ação) gera outra força igual e oposta (reação).

Os esforços realizados pelos “todo poderosos” do mundo, donos do dinheiro, para ampliar sua dominação sobre o Brasil e sobre o Mundo, serão desmantelados pelas Leis Espirituais que já vigoram na Terra nesse momento. Eles ainda criarão muitos conflitos e gerarão muitos sofrimentos, mas serão aniquilados, na medida em que as pessoas tomem consciência de seu poder de intervenção sobre o ambiente social e, até mesmo, o físico, usando o seu poder do pensamento e da vontade.

Cabe exclusivamente a cada um de nós cidadãos, pessoas humanas, detentoras de direitos, e imbuídas de deveres, mudar esse quadro dramático, criado pelo egoísmo de um pequeno grupo de pessoas e seus sequazes, impondo a submissão e o sofrimento aos seres humanos que hoje vivem na Terra.

 

13, dezembro 2017 12:22
Por admin

Prezados amigos,

Faço um apelo à sua indignação. A reforma da Previdência, que o governo quer votar a toque de caixa, é um tapa na cara do povo brasileiro. Querem que morramos antes de conseguirmos cumprir com as exigências que nos impõe a nova Lei. É o que acontecerá com a maioria dos mais pobres, cuja esperança de vida é menor que 65 anos que a nova Lei exigirá. Essa é apenas uma de suas barbaridades. O que realmente querem é apropriarem-se do dinheiro da Previdência Social para pagar juros da dívida pública, forjada para nos espoliar e submeter. Nós já pagamos a cada dia um bilhão de reais aos bancos que são distribuídos para as pessoas mais ricas do mundo. Além disso, a nossa dívida cresce outro bilhão de reais todos os dias. Estão nos afogando em dívidas e destruindo o Estado e os serviços públicos para nos submeter como uma nova colônia. Agora vão tomar também o dinheiro da nossa aposentaria, do sustento da nossa velhice..

Diga um não a tudo isso. Agora. Vamos derrotar esse projeto macabro que é contra nós e contra nossa Pátria. Manifeste da forma que puder. Fale com todos os seus conhecidos da sua  indignação. E também com os familiares dos deputados, dizendo-lhe que essa reforma representa uma traição à nossa Pátria. Aja agora. Difunda pela rede social nossa mensagem. Seus filhos e netos lhe agradecerão.

Com meus agradecimentos,

Arnaldo Mourthé

06, dezembro 2017 9:48
Por admin

Quem é o maior responsável por nossa tragédia nacional?

Arnaldo Mourthé

A resposta é simples; a nossa omissão.

Quem se sentir ofendido, que me desculpe. Não quero ofender ninguém.  Mas é de meu dever alertar a todos da gravidade da nossa situação. Até mesmo àqueles mais empenhados em buscar saídas desse caos, com seu próprio sacrifício. Afinal, me foi dado o privilégio de  viver 81 anos, intensamente, conhecer muitos países, os mundos da técnica, do esporte, da literatura, da política, até dos porões da ditadura, da vida enfim, com sua grandiosidade e seus percalços. Não tenho o direito de omitir o que me foi revelado, por minhas experiências, meus estudos e meus contados com personalidades que  fizeram história.

Não posso apenas guardar para mim tudo isso, e viver a minha aposentadoria, adquirida aos 70 anos de idade, quando milhões de patrícios não têm nem o direito ao trabalho para sustentar sua família, muito menos para se aposentar. Não o fiz, não o faço e não o farei. Vou colocando tudo para fora. Digam o que quiserem aqueles que se deleitam em criticar e colocar sobre os outros a responsabilidade das nossas mazelas. As redes sociais então cheias deles. Não os culpo. Não culpo ninguém, especialmente, pelo que está aí. Somos todos vitimas de uma condição que não foi criada por nós, mesmo que alguns tenham tido a oportunidade de amenizar as consequências das agressões que sofremos, sendo menos egoístas do que foram.

Além de considerar que a “culpa” é do outro, há uma tendência para negligenciarmos nossa potencialidade. Aceitarmos o mito do poder, que a sociedade nos ensinou. Aceitamos até mesmo sermos vítima dele, sem questionar. É o que nos está acontecendo. “Mas eu não posso fazer nada!”. É o que mais se ouve. Pois esses estão enganados e não apenas isso, conformados, o primeiro passo da submissão.

Mas tenho algo a dizer-lhes sobre o poder. O poder está dentro de cada um de nós. Fora dele só há o poder Divino e o da Natureza. Não há poder do homem que não tenha origem em nós mesmos. Se alguém diz que há, está mentindo ou enganado. Vamos à questão!

Se temos um problema, só nós mesmos temos condição de resolvê-lo, ninguém mais. Mesmo quando a solução depende do outro, é preciso que nós tomemos a iniciativa de acionar o outro para agir. Do contrário nada será resolvido. Viveremos nosso drama na solidão, talvez no desespero.

Da mesma forma o problema de uma família está nela mesma. Só um de seus membros poderá resolvê-lo, ou a união de todos. Isso vale para a comunidade ou empresa. Vale também para uma nação. Em alguns casos precisamos de solidariedade, ou ajuda de fora, mas que só será positiva se for solicitada por nós ou for de nosso interesse. Qualquer solução externa ao corpo social não pode contrariar seus interesses. Se o fizer  será invasão de privacidade. Para a nação a privacidade se chama soberania.

Se assim é, estamos sendo violentados. Temos um governo que nos obriga o que não queremos. Que usa apoio externo para nos pressionar. Que corrompe para nos dominar. Será natural que possamos aceitar isso? Não é. Mas por que está acontecendo? Porque nós estamos divididos, uns culpando os outros. Onde está nosso amor próprio. Ele não é apenas individual. Ele vale para o coletivo. A família, um grupo de amigos ou colegas, os de mesma nacionalidade. Pois quando nos agredimos mutuamente, estamos nos negando a solidariedade, a unidade  que é nossa força. Todos que agridem o outro, nosso compatriota, por pensar diferente de nós, está nos enfraquecendo. Ajudando nosso inimigo, nos levando à submissão e à nulidade. Deixamos de ser, para não sermos nada. Viramos coisas, que não têm direitos nem deveres. Para não sermos coisas. devemos ter a consciência que precisamos ter os dois: direitos e deveres. Não só para nós, mas para todos.

Agora poderemos ver uma omissão de muitos de nós. Nós estamos negando nossa unidade, nos negando nossa força. O homem vive em sociedade, porque fora dela não mais existiria. E a sociedade tem sua força na sua Unidade. Enquanto falarmos mal uns dos outros, os inimigos nos impõem, todos os dias, derrotas e prejuízos. Estamos sendo massacrados.

Como superar isso? Fazendo uma reflexão e reconhecendo nossas limitações. A principal delas é nosso conhecimento precário e nossas ilusões. Precisamos nos informar. Só assim tomaremos consciência do que está acontecendo. Façamos isso, procuremos conhecer os fatos. Os  verdadeiros, do passado e do presente. Os divulgados pela mídia não são verdadeiros. Os poucos verdadeiros são menores, sem significado. Servem para dar veracidade aos falsos. Seu conhecimento não nos ajuda, apenas nos ilude mais ainda.

Precisamos nos conscientizar. Aprender uns com os outros. Melhor será se for com o mais próximo de nós. Tenhamos confiança em nós mesmos e em nossos próximos, parentes, amigos, companheiros de trabalho, concidadãos nossos, patrícios nossos. Confiemos no que é nosso. Sejamos nós mesmos. Podemos mesmo afirmar que somos os melhores, pois somos múltiplos, representamos grande parte da humanidade. Partes delas, as mais diversificadas, estão aqui, são brasileiros. Nem todos, sabemos disso. Mas esses são facilmente reconhecíveis. Por suas palavras, por suas atitudes, por suas posições contra nosso povo.

Precisamos também conhecer nossa história. Ela vai nos dizer o passado de cada um, ou seus vínculos ancestrais que o fazem agir em consequência. Precisamos nos conscientizar enfim. Ou o fazemos, ou nos submetemos. Não basta identificar os culpados, mesmo que estivermos certos. A questão é não nos submetermos, é construir nosso destino. Que assim seja!

Rio de Janeiro, 05/12/2017.

01, dezembro 2017 7:15
Por admin

Por um Brasil de Paz e Fraternidade

Arnaldo Mourthé

O regime republicano instituído no Brasil, em 15 de novembro de 1889, já nasceu velho.  Tanto que ficou conhecido como República Velha. Há pelo menos duas razões para esse conceito. A sua ideologia positivista e o exercício do poder, logo após seu nascimento, pelos barões do café, uma retrógrada casta escravista. O positivismo deixou sua marca na legenda da nossa bandeira: ORDEM E PROGRESSO. Mas, o que é o positivismo? Uma doutrina criada pelo francês Auguste Conte (1798-1857), semelhante a uma religião, que via a humanidade como sua deusa. Mas, apesar disso, não tratava dos direitos do homem. Seu enfoque era buscar a regeneração social e moral dele. O homem visto como um elemento fora da sociedade, como se isso fosse possível. Seu lema é O Amor por princípio e a Ordem por base: o Progresso por fim, como está escrito na fachada da Igreja Positivista do Rio de Janeiro.

Foi desse lema que saiu a legenda expressa na Bandeira do Brasil: Ordem e Progresso. O que significaria essa expressão? Ordem é uma disposição de meios para obter-se um fim, uma regra ou lei estabelecida. Pressupõe disciplina e obediência, mas não diz para que. No fundo é uma palavra sem significado preciso, que pode ser usada ao bel prazer da autoridade. Não é um princípio, como as legendas da Revolução Francesa, Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Estas sim, falam por si mesmas, são princípios a serem seguidos pela sociedade e, obrigatórias para a autoridade que ouse falar em seu nome.

E o que vem a ser Progresso? É o movimento para adiante, um avanço, uma evolução. Mas, em que direção? Para qual objetivo? Induz a pensar que esse objetivo seja o bem da sociedade, a superação de cada estágio da sua evolução. Mas qual seria essa sociedade? Essa questão fica em aberto, deixa margem a interpretações. O progresso para um pode ser o retrocesso para outros.

Foi exatamente isso que aconteceu. Como os militares não representavam nenhum dos componentes da sociedade, classes, setores, etnias ou organizações políticas, que pudessem  dar-lhes suporte no poder, eles o entregaram aos barões do café. Manteve-se assim a estrutura social da colônia e do Império. Já não havia mais a escravidão que o Império extinguiu, mas permaneceu a cultura escravocrata da aristocracia, e a casta do baronato que espoliou o país desde o início da colonização.

Para o baronato, a legenda Ordem e Progresso veio a calhar. A Ordem seria a sua, que ela estabeleceria conforme seu interesse. O Progresso poderia ser interpretado de várias maneiras. Se a interpretação era feita por eles, ela seria do seu interesse. Por exemplo: ampliar seus negócios, montados sob a exploração desumana dos trabalhadores em associação com seus sócios no exterior. Assim, eles reinaram até 1930, quando a sociedade reuniu condições para derrubá-los do poder com uma Revolução Republicana.

Mas essa Revolução, em especial sua obra social, especialmente voltada para a proteção do trabalhador, com a legislação trabalhista e a Previdência Social, não foi assimilada pelo baronato, nem por seus sócios externos, que viram sempre o Brasil como um balcão de negócio de alta rentabilidade. Daí os conflitos sociais e as conspirações que levaram ao Golpe de Estado de 1964. De lá para cá, o baronato e seus associados externos deitaram e rolaram sobre o Brasil. Os militares, que foram usados para esse projeto antissocial e antinacional, serviram a eles, mas não se dispuseram a dar o passo audacioso que os associados externos queriam; destruir a Soberania Nacional.

O melhor seria, para os conspiradores, acabar com a ditadura e criar um regime de governos dóceis, de capatazes que administrassem a espoliação desenfreada do Brasil. E deu no que deu. Sobre isso já falamos sobejamente.

O pior é que o governo que aí está nem mais respeita a legenda da Bandeira Nacional. A Ordem virou desordem. Instalou-se um cassino de irresponsáveis que fazem e desfazem, no seu jogo do ganho fácil e farto, através da fraude, sustentada pela corrupção mais deslavada. A desordem alcançou o Poder Legislativo que vende aprovações de leis nocivas ao interesse público, através da mediação do próprio Presidente da República. O Progresso foi transformado em retrocesso pela perda de direitos dos trabalhadores e alienação do patrimônio público.

A “ordem” dos banqueiros está produzindo a falência do Estado e a desorganização da Sociedade. Seu “progresso” é o  retrocesso da Nação, na Cultura, na Educação, na Segurança Pública, e no desenvolvimento da economia. Gera o desemprego e a miséria da população.

A desordem espalhou-se pelo país, a partir das medidas de demolição do Estado, por iniciativa do próprio Poder Executivo, desorganizando a Administração Pública, demolindo os serviços prestados à população, e sustentando os banqueiros com metade da arrecadação da União, além de aumentar anualmente em mais de 10% a dívida pública.

Há pessoas que fazem descaso dos princípios e dos conceitos que devem nortear a vida da sociedade, como a de cada cidadão. Pensam apenas nas disputas de poder e confiam na oratória enganosa dos políticos. Esses desconsideraram as grandes mensagens que emanam dos princípios e das legendas que os representam. Mas se tivéssemos escritos na Bandeira Nacional legendas fundamentais para o bem estar e o desenvolvimento da sociedade, talvez tivéssemos uma maior consciência popular que pudessem orientar ações em defesa da Nação e da Cidadania. Imagine se no lugar de Ordem e Progresso tivéssemos as palavras PAZ E FRATERNIDADE! Fica a sugestão.

Rio de Janeiro, 30/11/2017.

05, maio 2022 11:36

Bienal do Livro Rio 2021

13, novembro 2021 12:56

Mini Primavera dos Livros 2021

09, agosto 2021 12:10

Editora Mourthé na FLI BH 2021 - 4a Edição