Lançamento do novo livro de Arnaldo Mourthé – O Poder no Brasil


O poder no Brasil – Apresentação

 

            Nós vivemos momentos difíceis. Abate-e sobre nós problemas que pensávamos superados. Não que vivêssemos em um mundo de maravilhas. Pelo contrário. Os relatos deste livro sobre a história do poder no Brasil, nos mostram que nunca nos faltaram problemas, e sempre tivemos que superar muitas dificuldades. Mas era um processo de desenvolvimento social, que se assemelhava aos que víamos na história da humanidade. Pouco a pouco a sociedade avançava. Às vezes lentamente, mas em certas ocasiões havia mudanças significativas, como na vinda da família real portuguesa para o Brasil, a independência, o fim da escravatura, a proclamação da República, a Revolução de 30. Também tivemos em 1964 um grande retrocesso quando do golpe militar que instituiu uma ditadura e maculou algumas conquistas sociais. Depois foi o fim da ditadura, a Anistia, a nova Constituição.

Parecia que tudo havia sido colocado em seu devido lugar, mas não foi assim. O aventureirismo tomou conta do quadro político. Parecia que os políticos já não sabiam mais qual era o seu papel na sociedade, e tinham perdido o sentido da institucionalidade. Os princípios republicanos já não faziam parte da sua formação cultural. Eles haviam sido, na sua maioria, alienados pelo trabalho meticuloso dos ideólogos e marqueteiros da ditadura. As consequências disso ficam bastante claras na sequência dos artigos que se transformaram neste livro em capítulos.

Para evidenciar que a sociedade não havia evoluído no seu conceito de poder, a série de artigos referida foi intitulada Os novos barões do café. Eu buscava chamar a atenção do leitor para o fato que nossa política continuava sendo feita como nos tempos da República Velha, sob o domínio dos “barões do café”. Mas os tempos eram outros e os atores políticos no plano mundial também eram. Os novos barões do café adotam uma política muito mais nociva para o Brasil, que aquela dos velhos barões, porque submeteram o país aos interesses e às regras do poder do capital financeiro internacional, sediado na Wall Street. As consequências disso ficam claras na parte final deste livro que fala sobre a involução da chamada Nova República, que se formou após a queda da ditadura militar.

O grau de submissão do atual governo, de Michel Temer, fica evidente quando ele, alegando resolver um problema financeiro que nos vem submetendo desde o tempo da ditadura – mas que intensificou com o governo de Fernando Henrique Cardoso – nos impõe o remédio amargo do arrocho salarial, e da redução de direitos do trabalhador, para pagar juros de uma dívida pública feita sob o comando dos próprios bancos credores e que está levando o país à insolvência. Ao contrário de tratar da questão da dívida – esclarecendo sobre o que ela representa e como foi feita, seus desacertos e suas ilegalidades – para sanarmos o problema, ele agrava a crise que essa dívida criou, com uma política de proteção do credor e de demolição dos serviços públicos. O governo Temer está impedindo a solução dos problemas criados pela crise econômica mundial e pelos  governos irresponsáveis que tivemos nos últimos anos, para salvar os promotores dessa crise financeira, os investidores e bancos dos países mais capitalizados.

No decorrer deste livro o leitor verá o quadro onde tudo isso se desenrolou e terá informações sobre a grande crise que afeta a humanidade e que coloca o mundo diante de uma opção radical: submeter-se ao grande capital e escravizar a grande maioria da população, ou reagir rompendo os laços com esse sistema perverso construindo uma nova Sociedade, uma nova Civilização.

 

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